Treinar em jejum: - Algumas pessoas acham que é bom, outras que é péssimo; -A verdade é que, tal como quase tudo nesta área, "Depende", e quando nos aproximamos dos extremos, temos tendência a excluir as abordagens mais "moderadas", mesmo que estas sejam, por norma, as que se aplicam a uma fatia maior da população.
É tudo uma questão, não só de objectivos, mas também de métodos de treino. Parece fácil...
Quando o objectivo passa pelo ganho de massa muscular, o treino cardiorespiratório (cardio) tem o seu lugar, pelas adaptações musculares decorrentes deste e que podem beneficiar, não só a "entrega" de nutrientes aos tecidos (aumento da capilarização), como também a recuperação de um treino intenso, permitindo que se aumente a capacidade de trabalho. No entanto, para este caso, estamos a falar de baixas intensidades, sempre em regime aeróbio. Pura e simplesmente não sou grande fã, geralmente, de treino intervalado com frequência (especialmente em jejum, em que uma predominância implica uma maior utilização de glicogénio muscular e aminoácidos... c todos os problemas que daí advéem, qdo o objectivo é maximizar o ganho de massa muscular), e o treino de baixa intensidade pode ser utilizado virtualmente diáriamente, desde que o aporte calórico seja suficiente.
Quando o objectivo é a perda de massa gorda, temos que analisar as intensidades, de novo: - Alta intensidade em jejum não me parece uma boa opção devido ás razões que já abordei, mas também ao desgaste calórico da própria sessão, porque, segundo a investigação realizada até hoje, treinar com uma refeição pré-treino permite uma menor percepção de esforço e, consequentemente, trabalhar com intensidades mais altas, gastando mais calorias. Bem sei que se fala muito no EPOC, mas a investigação já desmistificou esse facto, pelo que o gasto calórico pós treino não é assim tão significativo. Alguma coisa acontece, certamente, provavelmente em termos de actividade enzimática, mas não de EPOC em si. Ora, gastar mais calorias em treino, mantendo a mesma dieta hipocalórica, parece-me uma estratégia vencedora para perder massa gorda.
falta abordar um ponto, que é provavelmente o mais importante: A preferência individual:
Há quem se sinta melhor a treinar sem comer, pura e simplesmente. Nestes casos, há 2 opções: -Se for treino cardiorespiratório de baixa intensidade, go ahead, o desgaste muscular e de glicogénio não é significativo , sendo que o combustível primário são os ácidos gordos; -Se for treino de força ou sistema energético anaeróbio (em termos de condição física), não me parece, de todo, um boa opção. Nestes casos, é preferível, se a pessoa não quiser comer ou não tiver tempo, tomar uma pequena quantidade de Whey protein, ou mesmo de BCAA, para não recorrer á degradação de aa musculares. Convém relembrar que a proteína Whey tem já 25% de BCAA na sua composição, pelo que me parece um boa opção.
Era suposto ser só uma notinha e tornou-se neste texto. Oh well, espero que tenha servido para alguma coisa;)
Abraço e bons treinos
João Mimoso